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Deus é o ser ao qual se atribui a criação de tudo; do universo, e da vida. Nem todos, porém , acreditam na existência de Deus. Esses são chamados de ateus ( sem Deus ). Para esses, o universo e a vida têm outra causa, que não Deus. Os que não são ateus, creem num criador do universo e da vida: Deus. Porém, não significa dizer que todos os que creem em Deus, creem da mesma forma. Nas religiões abraâmicas ( Religiões descendentes de Abraão : judaísmo, cristianismo e islamismo) Deus é uma personificação, um ser , como nós, e de quem somos a semelhança, pois assim se acredita que nos criou desde o barro e soprando ar nas nossas narinas. Para as religiões abraâmicas nós temos uma vida e o merecimento da condenação do Inferno ou do Paraíso segundo a sua conduta nesta vida. ( As instruções do viver segundo a vontade do criador estão contidas nos livros que devem seguir esses religiosos: “Torá” , “Bíblia” e “Alcorão” , respectivamente). Nas religiões reencarnacionistas (que professam a reencarnação: hinduístas, budistas, lamaístas, espíritas, etc. ), Deus não é uma personificação de um ser; Deus não é alguém em si, como para os abraâmicos, mas uma “Inteligência”, Inteligência tal que tudo criou, criando o universo e a vida nele. Para os reencarnacionistas essa Inteligência, causa da criação, não interfere em tempo real no viver humano. Não atende preces nem ouve pedidos , nem opera ações que que chamamos "milagres “. Para estes, a ‘lei de causa e efeito’ da criação é que regula a vida, mantendo e recompondo o equilíbrio quando corrompido. Assim , se alguém faz um mal vai ter naturalmente seu efeitos nocivos sobre si mesmo, sendo cobrado pela própria natureza, e mesmo pelo seu próprio juízo em sã consciência, pela qual até procurará reencarnar-se para resgatar seu carma devedor procurando viver uma vida virtuosa e fazendo o bem, a caridade. As religiões abraâmicas não têm uma convivência pacífica, mas conflituosa, pois cada uma delas reinvindica para si conter a verdade de Deus. No cristianismo, Jesus Cristo se confunde com o próprio Deus, de quem seria a encarnação e pelo qual Deus se manifesta se revelando em orientações e mandamentos para toda a humanidade, sua criação. Assim, temos que muitos veem em Cristo o próprio Deus. É necessário ressaltar ainda que os cristãos se dividem em protestantes e católicos ( os primeiros não reconhecem a Igreja Católica como representante da divindade de Jesus ; já os católicos reconhecem o Papa e a Igreja como representantes da divindade de Cristo e ainda admitem os santos , geralmente mártires da fé em Cristo, canonizados como santos pela Igreja Católica, como poderes coadjuvantes e que atuam junto a Jesus , atendendo preces e promessas. No judaísmo não se reconhece Cristo como filho de Deus nem por Deus enviado. Assim , os judeus ainda aguardam a vinda do messias, prometido por Deus para a libertação do povo israelense, que se proclama o povo autêntico e mais querido de Deus. Já os muçulmanos não reconhecem o povo de Israel como o povo eleito de Deus e nem Cristo como a verdade de Deus, mas como apenas um profeta. Para os muçulmanos , o verdadeiro profeta é Maomé, que veio trazer Deus para o seu povo, tendo por nome Alá e seu pronunciamento e mandamentos no Alcorão. Para os muçulmanos, todos devem seguir os mandamentos de Alá que estão no Alcorão, revelados por Maomé. Os que não seguem Alá são chamados de infiéis. Os muçulmanos pretendem tornar todos no mundo seguidores de Alá, pois essa é sua missão e destino do muno , segundo Maomé, segundo Alá. Falamos aqui das principais e mais influentes religiões do mundo. Porém, falando-se em Brasil convém ressaltar ainda duas religiões afros que têm considerável número de seguidores: o Candomblé, que veio com os negros escravizados no Brasil e a Umbanda, religião criada no Brasil entre o fim do século XIX e início do século XX. No Candomblé se acredita que cada ser humano tem um Orixá ( entidade ligada a uma força da natureza ) com o qual tem de se procurar estar em harmonia para que se viva uma vida plena. Já a Umbanda mistura elementos do Candomblé, do espiritismo e do catolicismo. A crença num Deus criador também não está necessariamente atrelada a uma prática religiosa. Há muitos que creem em um Deus criador mas não participam de religião alguma. Muitos foram iniciados nas religiões de seus pais, chegaram a frequentar e participar quando crianças e até adolescentes , mas a partir de um certo tempo, quando sobre si, deixaram de frequentar , de participar, mas guardaram em si certos mandamento e orientações e inclusive a crença em um Deus criador. Assim é que se vê pessoas que naturalmente têm incorporadas em suas falas expressões tais como “ se Deus quiser “, “ Foi Deus... “ , “Deus te ajude” , “Deus lhe pague” , “Vá com Deus ! “ , “ Deus queira que... “ , “Graças a Deus” e são pessoas que não frequentam religião alguma. Apenas incorporaram em si a crença em Deus e alguns valores da religião e seus pais, em que foram iniciados quando pequenos em crescimento. Há também uns que mesmo tendo sido iniciados na religião dos pais, quando cresce se tornam ateus. Por fim , existem os que creem em Deus filosoficamente. Estes entendem que logicamente uma Inteligência está por trás de tudo o que existe, pois há uma inteligência subjacente ao funcionamento da natureza. Porém , para estes, este criador não nada nos revela e é inalcançável, sendo impossível saber sobre sua existência, sendo que todos os escritos ditos sagrados não passam de feitos humanos que escreveram segundo o que entendiam que Deus nos poderia querer dizer , ao tempo em que serviriam também tais escritos para ordenar as tribos para uma convivência pacífica baseada em boas normas de conduta. Estes últimos são definidos por teístas agnósticos. Na nossa Música Popular Brasileira Deus é citado por muitos artistas, que o admitem em suas vidas e até atestam sua interferência e poder no que são, no que se tornaram. Aqui, poderemos apreciar sob alguma análise músicas de artistas brasileiros que manifestam crença em Deus, não importando sob que perspectiva religiosa ou filosófica:

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Sem Fantasia - Chico Buarque e Maria Bethânia

Nesta letra, que reproduz um diálogo entre um casal que parece ter vivido numa relação um grave desentendimento e parece agora quererem restabelecer o diálogo, se expressa a fé em Deus da mulher,  que pede a seu amado a sua volta: “Vem perder-te em meus braços/Pelo amor de Deus “ , bem como da parte dele, ao falar sobre Deus, ainda que de forma a evidenciar alguma discordância do modo de Deus em relação a ele. Pessoas há que a despeito de crerem em Deus, expressa alguma contrariedade em algum momento da vida por parecer que Deus não está sendo coerente com os anseios pessoais de alguém; daí que diz: “Eu quero te mostrar/As marcas que ganhei/Nas lutas contra o rei/Nas discussões com Deus”:


Vem, meu menino vadio
Vem, sem mentir pra você
Vem, mas vem sem fantasia
Que da noite pro dia
Você não vai crescer
Vem, por favor não evites
Meu amor, meus convites
Minha dor, meus apelos
Vou te envolver nos cabelos
Vem perder-te em meus braços
Pelo amor de Deus
Vem que eu te quero fraco
Vem que eu te quero tolo
Vem que eu te quero todo meu

Ah, eu quero te dizer
Que o instante de te ver
Custou tanto penar
Não vou me arrepender
Só vim te convencer
Que eu vim pra não morrer
De tanto te esperar
Eu quero te contar
Das chuvas que apanhei
Das noites que varei
No escuro a te buscar
Eu quero te mostrar
As marcas que ganhei
Nas lutas contra o rei
Nas discussões com Deus
E agora que cheguei
Eu quero a recompensa
Eu quero a prenda imensa
Dos carinhos teus




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